Camping Selvagem - Pedra da Mina - Passa Quatro - MG

Diz a placa que a subida é 5h

Três amigo e eu decidimos fazer um acampamento na virada do ano de 2016 para 2017. Um outro nível de acampamento, um outro nível de dificuldades e de perrengues. Fomos acampar no Pico da Pedra da Mina na cidade de Passa Quatro em Minas Gerais, o quarto maior pico do país com 2798 metros de altitude.

Preparo do menino

Outros sites indicam que a caminhada, ou melhor, a escalaminhada é uma das mais difíceis entre as trilhas dos dez maiores picos do país. Não sabíamos.

Depois da floresta, no começo do morro "Deus me livre"

A estrada (estrada no sentido da comunidade do Paiolinho), até o ponto inicial da trilha na Fazenda Serra Fina,  também não é uma das melhores e o trajeto demora cerca de uma hora de carro em estrada de chão.

Ao chegar na fazenda, dizem que há um livro para assinatura, uma espécie de controle de quem entrará e estará na trilha até a pedra da Mina. Chegamos as oito da manhã, mas não havia ninguém,  não assinamos o livro, mesmo assim decidimos começar a trilha.

Um dos 3 pontos de coleta de água

Duas as três horas de caminhada inicial são por dentro da mata, com sombra, com subidas relativamente fáceis e com 3 riachos, nos quais é possível abastecer os recipientes de água. Uma dica muito importante é: Leve o máximo de água possível, pois depois desses 3 riachos, não há locais para coletar água.

Olhando para o "Deus me livre"

A floresta, antes densa, começa a diminuir e depois de ultrapassar um capim alto surge o morro do "Deus me livre". Todas as fotos que vi na internet antes de ir não representam o que é a sua subida. Um trecho muito difícil e íngreme. A trilha é bem demarcada, quando não há totens (monte de pedras colocado pelas pessoas que passam) há pequenas marcações pregadas nos pequenos arbustos.

O fim do morro "Deus me livre" não será o que você pensará que é, muitas vezes acontecerá isso, acredite.

 Como estávamos, cada um de nós, com cerca de 10Kg nas mochilas (a maioria desses quilos era de água) demoramos cerca de 3 horas para chegar no pico do morro "Deus me livre".

Acampamento

Você saberá que chegou no pico do "Deus me livre" no momento em que você avistar outro morro, se não maior, do mesmo tamanho que o morro que acabara de subir. Nesse momento já fazia mais de sete horas que estávamos caminhando e o cansaço era evidente, assim resolvemos acampar no topo do "Deus me livre" e já cogitávamos a ideia de desistir de subir o restante.

Vista de dentro da Barraca a 2400 metros, na nossa frente o morro "Puta que Pariu"

Era dia 31 e somente ouvimos o barulho dos fogos de dentro da barraca, pois a meia noite chovia e relampeava, então não saímos das barracas. Acordamos no outro dia às cinco e meia e, em meio a uma névoa intensa, avaliamos se conseguiríamos acabar de subir.

Decidimos subir, mas sem o peso das mochilas, deixamos o acampamento montado e fomos. Mais 2 horas até o pico. Duas horas para subir o morro da "puta que pariu" e mais uma até o pico da Pedra da Mina.

Subindo

Um dos cenários mais lindos que já vi na vida. O tempo não ajudou, como é possível ver no vídeo abaixo. Quando o tempo dava uma trégua a visão que se tinha do vale do Paraíba e do sul de Minas era inexplicável. A vegetação de campo de altitude, com flores de diferentes cores, complementa a visão linda que se tem do lugar.

... E subindo

Na altura das nuvens

Sobe mais um pouco e o tempo abrindo, sqn

Totens a vista e... sobe mais um pouco 

Assinamos o tão famoso livro de cume. Ficamos algum tempo lá em cima e começamos a decida.

A prova: assinando o livro

Os primeiros de 2017

Em muitos blogs e sites é informado que a descida é mais rápida. Porém, como não tínhamos familiaridade com trilhas com esse nível de dificuldade, demoramos três horas para chegar ao nosso acampamento. 

Vista linda do Sul de Minas

Desmontamos o acampamento, almoçamos e começamos a descida do "Deus me livre". Demoramos mais sete horas para descer até a clareira que tem uma panela vermelha amarrada em uma árvore. Decidimos acampar mais uma noite nessa clareira, pois a exaustão estava latente.

Agora tem a descida

No outro dia acordamos cedo, caminhamos por mais duas horas e a aventura teve fim.

O caminho de volta é esse ai, feio não?

Difícil? Sim, ainda mais para mim e meus amigos que não estão habituados a trilhas como essa. Porém, a sensação de conhecer um lugar que poucas pessoas estarão dispostas a conhecer é indescritível. A sensação de conhecer um dos lugares mais altos e mais belos do Brasil não tem preço. Depois de cerca de 20 horas de caminhada, dois dias de acampamento, posso dizer que 2017 começou bem e a "inhaca" que foi 2016 ficou no morro da "puta que pariu".

Floresta Nacional de Passa Quatro

Abaixo o compilado dos melhores momentos.